Em louvor da alegria


EM LOUVOR DA ALEGRIA

 

Caríssimos irmãos em Deus, o Pai da Vida.

Hoje é para nós uma noite especial, noite esta que assim como todas as outras semanas, nos reunimos para recebermos e falarmos sobre os ensinamentos que nossos benfeitores espirituais nos proporcionam. E hoje, fomos inspirados a falar sobre a alegria de viver. Sim, pois ainda que vivenciemos inúmeros percalços durante nossa existência na carne, ainda assim devemos sempre agradecer ao Pai a oportunidades de nossas vidas e, a melhor maneira de fazê-lo, é através da alegria por esta mesma vida.

Mas, para falarmos da alegria de viver, é necessário que primeiro falemos de tristezas e sofrimentos ainda tão constantes em nossas vidas.

Queridos irmãos, é de nosso conhecimento que vivemos em um mundo de provas e expiações, onde as dores, sofrimentos e lágrimas ainda estão muito presentes. Por onde passamos, em nossa casa, na rua, no trabalho, vemos irmãos carregando suas dores morais de um passado delituoso e ignorante. Nos manicômios, onde imperam os processos obsessivos gravíssimos, nos cárceres, onde irmãos ainda expiam seus erros por ainda não terem aprendido a amar, nos leitos expiatórios dos hospitais, onde outros sofrem a dor de erros do pretérito, nas ruas, onde a bebida, as drogas, obsessões, paixões inferiores acabam por tornarem-se uma segunda pele dos que ali vivem, em todos os lugares a dor ainda vive.

Mas, temos a certeza também que nossas aflições têm como origem duas causas. Uma em vidas passadas e outra na vida presente, sendo que uma acaba sempre por estar entrelaçada à outra, afinal de contas, somos hoje o que fizemos ontem e preparando o que seremos no futuro...!

Cabe-nos então perguntarmos a nós mesmos: o que estamos fazendo por estes nossos irmãos que sofrem as dores do mundo? Neste momento, vem-me à memória um dos grandes ensinamentos de Jesus, contido na PÁRABOLA DO BOM SAMARITANO.

Conta-nos Jesus que um homem ia por uma estrada de Jerusalém a Jericó, quando caiu nas mãos de ladrões, que acabaram espancando-o e o deixaram quase morto. Algum tempo depois, descia pelo mesmo caminho um sacerdote, que vendo este homem meio morto, passou ao longe. Em seguida passou outro sacerdote, desta vez um Levita, que a exemplo do primeiro, também passou ao longe. Mas, um Samaritano que ia de viagem ao ver este homem caído e moribundo, encheu-se de compaixão e o socorreu. Cuidando de suas feridas, colocou-o sobre seu cavalo e o levou até uma estalagem mais próxima e cuidou do mesmo. No dia seguinte, este Samaritano tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: cuida dele e tudo o que gastares a mais, eu te pagarei quando voltar.

Amados amigos, trazendo esta parábola aos nossos dias, pergunto-lhes: e nós, ao passarmos pelas estradas da vida e nos depararmos com aqueles que foram vítimas de si mesmos, através de suas atitudes impensadas e desmedidas, passamos ao longe como os sacerdotes da parábola ou ajudamos, como aquele Samaritano? Alguns de vocês com certeza estarão se perguntando, “mas como devemos ajudar?”. Posso responder-lhes que podemos sempre ajudar um irmão caído através do perdão, do entendimento, consolo, abraço, sorriso, da lágrima dividida, da mão estendida, desinteressada, incondicional e espontânea. Estas são atitudes que todos nós podemos ofertar e não nos tem custo algum. Em qualquer lugar encontraremos algum irmão que necessite de alguma dessas coisas, assim como nós mesmos, com certeza, também precisamos.

Mas, lembremos de que qualquer uma dessas atitudes deverá estar acompanhada de amor e alegria, ingredientes indispensáveis ao êxito de qualquer atividade no bem. Assim como nossas atitudes, também a nossa palavra pode salvar ou matar e, por isso, levemos sempre uma palavra de otimismo, confiança, serenidade, esperança e alegria. Sim, sempre nossas atitudes e palavras devem estar acompanhadas da alegria de servir, contando que a alegria de nosso irmão começa muitas vezes no sorriso que lhe ofertarmos.

Um sorriso, um alento, um abraço, um beijo, um ombro amigo, são atitudes samaritanas que devem fazer parte de nós não vez ou outra, mas em nosso dia a dia, em todos os lugares por onde passarmos, em todos os instantes.

Mas e nós? Como nos ajudarmos em nossas próprias aflições? Devemos viver nas trevas da ignorância espiritual de nossas dores ou tirarmos da beleza do sol, das flores, da vida, a força da recuperação? Devemos ficar mudos perante as dificuldades à nossa volta ou levar sempre uma palavra de reconforto e paz onde se fizer necessário? Utilizarmos-nos do cômodo “ah, as coisas não têm conserto mesmo”, ou colocarmos nossas mãos, nossos talentos no trabalho em favor dos que sofrem? Devemos nos irritar porque os amigos não nos compreendem ou usarmos nossos abençoados pés para irmos ao encontro daqueles com provas infinitamente maiores que as nossas?

Amados companheiros de jornada.

A vida é como uma corrida em que o prêmio para aquele que chegar em primeiro lugar será a evolução. Mas, chegará em primeiro lugar aquele que sair em disparada, sem olhar para os lados ou mesmo para trás, visando apenas a linha de chegada, ou aquele que durante o trajeto parar para amparar os que estão com dificuldades de prosseguir?

Agradeçamos ao Pai, a Jesus e a nossos benfeitores espirituais, por toda a nossa vida e por tudo que nela existe. Agradeçamos a oportunidade da saúde benéfica, da doença pedagógica, do trabalho edificante, da família abençoada, dos amigos que nos amparam, dos supostos inimigos que nos provam, do alimento que nos dá energia, do agasalho que nos protege, mas principalmente agradeçamos a oportunidade de servir na Seara do Mestre que é aqui e agora. Sejamos o mais humilde dos servos de Jesus em sua lavoura de amor, mas o sejamos com a alegria de servir.

E lembremos que não existe um caminho para a felicidade, mas a felicidade é que é o caminho e, com certeza, um caminho com alegria.

Muita paz a todos.

 

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