Em relação à angústia


EM RELAÇÃO À ANGÚSTIA

 

Boa noite a todos. Que a paz do Mestre amorável, Jesus, nos envolva a todos.

Queridos amigos, é para mim sempre um prazer poder falar da Doutrina Espírita, doutrina esta que abracei há cerca de 17 anos, mas que principalmente fui por ela abraçado. Desde então minha vida tomou um rumo mais seguro, por estradas mais iluminadas e com a certeza da presença de Jesus e dos benfeitores espirituais a me guiarem.

Hoje nossa exposição, que terá como tema “EM RELAÇÃO À ANGÚSTIA” e será realizada com diminuta biografia de duas grandes mulheres, dois grandes espíritos missionários, sendo uma no início e outra no final.

O tema a nós proposto foi desenvolvido a partir de mensagem ditada pelo Espírito de Joanna de Ângelis. Mas quem é este valoroso Espírito?

Joanna de Ângelis teve sua sua primeira manifestação em 05/12/1945 e assinava suas mensagens como “Um Espírito Amigo”. Temos hoje o conhecimento de quatro reencarnações precedentes de Joanna, sendo que na primeira ela teria sido Joana de Cuza, esposa de Cuza, Procurador de Herodes ao tempo de Jesus. Foi também uma das mulheres que encontraram o túmulo de Jesus vazio e o seguiu em sua caminhada rumo à cruz no Calvário. Foi sacrificada na fogueira no Coliseu de Roma por não renunciar sua fé em Jesus.

Depois desceu à Terra no corpo físico de Santa Clara de Assis, de 1194 a 1253, tendo sido a mulher seguidora de São Francisco de Assis e fundadora da ordem das Clarissas.

Mais à frente, em nova roupagem carnal, reencarnou na pessoa de Juana Inés de La Cruz, de 1651 a 1695, pseudônimo religioso da poetisa mexicana Juana de Asbaje.

E, finalmente, em novo descenso carnal, reencarna como Joanna Angélica de Jesus, entre 1761 e 1822, na Bahia, onde também como religiosa, Sóror e depois Abadessa, foi protagonista de doloroso drama na Independência da Bahia, tendo sido assassinada em defesa da honra de suas companheiras de convento.

Após esta pequena informação biográfica do Espírito de Joanna de Ângelis, a Psicóloga da Espiritualidade, damos início à nossa palestra desta noite.

Podemos definir a angústia como um aperto, carência, medo indeterminado, pois que não conseguimos nestes momentos identificar sua origem, entranhando-se em nossos sentimentos como erva daninha. Quase sempre sendo resultado de sofrimentos mal digeridos ou resolvidos e procedente de erros de reencarnações passadas ou mesmo de erros atuais.

Aqui, queridos irmãos, gostaria de abrir um parêntese para ressaltar um ponto muito importante ao nosso crescimento espiritual. Sempre que possível em nossas palestras ressaltamos as nossas “reencarnações passadas”. Pois é, enquanto não entendermos e aceitarmos claramente que somos Espíritos com um passado de infinitas experiências na carne e que, todas as nossas vidas passadas, presente e futuras estão intimamente ligadas pelos nossos atos, onde cada um desses atos ditará reações futuras, estaremos andando em círculos e atrasando cada vez mais nossa evolução como Espíritos perfectíveis que somos.

Em nossas vidas vivemos sucessos e insucessos. Quanto aos sucessos, ou momentos felizes, quando estes acontecem, não há problema, vive-mo-los de forma a aproveitá-los e, provavelmente, nem lembramos de agradecer ao Alto por estes momentos felizes vividos. Já quanto aos nossos momentos tristes, quando acontecem, aí sim nos lembramos de Deus através de nossos questionamentos, dúvidas e até mesmo revoltas.

Os insucessos de nossas vidas fazem parte de nosso crescimento espiritual. São ferramentas de crescimento quando bem aproveitados. Lembramos aqui trecho aprazível da poetisa Cecília Meireles que diz: “...porque há doçura e beleza na amargura atravessada, e eu quero a memória acesa depois da angústia apagada.”

Em nossos dias tranquilos, tudo dá certo, ao passo que naqueles instáveis, nada dá certo, acontecendo uma sucessão de ocorrências desagradáveis, onde a cada nova tentativa, novo insucesso. E quando isso acontece, aumenta nosso pessimismo, desânimo, aflição e angústia, ocorrendo então momentos de mau humor, stress e até mesmo depressão. São estes, dias de provas e desafios.

Espíritos que somos ainda estagiando nos primeiros anos da escola evolutiva, passamos sempre por problemas, dificuldades, perdas e doenças. Mas todos estes momentos infelizes não são para nos desestruturarmos emocionalmente, mas vivenciá-los como aprimoramento espiritual, devendo enfrentá-los com naturalidade, sem temor, com coragem e entendimento e, nunca fugindo da responsabilidade. E para isso, devemos ter em mente nossas vidas futuras. Lembremos a lição de Kardec no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 2, item 5: “Pelo simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente. nenhum bem divisando mais precioso do que os da terra, torna-se qual a criança que nada mais vê além de seus brinquedos. e não há o que não faça para conseguir os únicos bens que se lhe afiguram reais. a perda do menor deles lhe ocasiona causticante pesar; um engano, uma decepção, uma ambição insatisfeita, uma injustiça de que seja vítima, o orgulho ou a vaidade feridos são outros tantos tormentos, que lhe transformam a existência numa perene angústia”

O Mestre de Lyon deixa clara a importância da certeza na vida futura, afim de que não nos martirizemos com coisas e situações efêmeras.

Neste momento em que Octavio faz uma pausa para sorver um gole d’água, a responsável pela Assistência Espiritual do Centro dirige-lhe a seguinte pergunta: Octavio, o quanto a angústia nos afeta?

Ele então lhe responde: Minha cara, a angústia afeta nosso psiquismo, corpo, vida e adoece nosso Espírito. Devido às nossas atitudes equivocadas temos sempre irmãos, encarnados e desencarnados, à espreita para nos desviar do caminho reto. Um, dois, três, quatro insucessos é normal, já a interminável sucessão destes pode ter origem espiritual, através de um processo obsessivo e aí, quanto mais irritado e angustiado, maior o cerco obsessivo a nos envolver. Há sempre mentes maldosas que nos acompanham e se interessam por nosso fracasso.

Irmãos, para que não caiamos nas malhas da angústia como doença de nossa alma, devemos recorrer aos seguintes antídotos eficazes assim listados: Trabalho edificante podendo ser social, moral e espiritual; leitura instrutiva e consoladora; música que nos conduz a coisas agradáveis; caridade com nosso próximo; pensamentos otimistas; afastar-se temporariamente do rebuliço social e recolher-se junto à natureza; prece agradecedora pela vida; mudança de paisagem mental, dando mais valor às coisas belas do que às tristes; substituição de ideias pessimistas por outras novas e construtivas; reeducação de hábitos mentais negativos e a mais importante de todas, a elevação do pensamento a Deus e a Jesus.

Os antídotos por nós aqui citados tem eficácia quando adotados todos, uns complementando os outros e não isolados. A caridade deve fazer parte de nossas vidas como conduta primária e a angústia não terá terreno fértil em nossos corações. Lembremos as palavras de Madre Teresa de Calcutá quando nos ensina que, “as mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam”. Sabemos da importância que a oração tem como lenitivo às nossas dores e dúvidas, mas a oração sem ação estará fadada ao fracasso.

A felicidade deve fazer parte de nossas vidas, não a angústia. Vencemos a correnteza forte contornando-a e não nadando contra, mas se desistirmos sem lutar o bom combate de Paulo de Tarso, mais rápido se fará o fracasso. A paz interior se conquista no dia a dia, através de nossas lutas diárias, da busca pelo nosso crescimento, pela renovação íntima e da aproximação com o Pai.

E para que encerremos a nossa exposição fraterna de hoje, trazemos o texto ditado pelo Espírito de Meimei, não sem antes pequenas palavras sobre a mesma.

Meimei é o apelido carinhoso de Irma de Castro Rocha, nascida em 22 de outubro de 1922, em Leme, Minas Gerais. Ela casou-se com Arnaldo Rocha aos 22 anos de idade, mas seu casamento durou apenas dois anos, pois a mesma veio a falecer com 24 anos. “Meu Meimei” era apelido carinhoso que o casal passou a usar um para com o outro, e que tem origem em uma expressão chinesa que significa “amor puro”.

Menos de dois meses após seu retorno à Pátria Espiritual, ela traz sua primeira mensagem psicografada através de Chico Xavier.

E dentre tantas que viriam depois, encerramos com a mensagem: Ora e confia!

Se um dia te encontrares em situações difíceis que a vida te pareça um cárcere sem portas, sob o cerco de perseguidores aparentemente imbatíveis;

Sofrendo a conspiração de intrigas domésticas;

Na trama de processos obsessivos;

No campo de moléstias consideradas irreversíveis;

No laço de paixões que te conturbem a mente;

Debaixo de provas que te induzam à desolação e ao desânimo;

Sob a pressão de hábitos infelizes;

Em extrema penúria, sem trabalho e sem meio de sobrevivência;

De alma relegada a supremo abandono;

Na área de problemas criados pelos entes a que mais ames, não desesperes.

Ora em silêncio e confia em deus, esperando pela divina providência, porque deus tem estradas, onde o mundo não tem caminhos.

É por isto que a tempestade pode rugir à noite, mas não existem forças na terra que impeçam cada dia a chegada de novo amanhecer.

 

Muita paz a todos.

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