NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÕES
Queridos amigos e irmãos, mais uma vez aqui estamos reunidos, sob a
proteção de Deus e da luz do Mestre Amorável, Jesus.
Como fazemos toda semana, trazemos sempre um tema previamente escolhido e
preparado, sempre junto da orientação esclarecedora de nossos benfeitores e amigos espirituais. E hoje, abordaremos um
assunto que diz respeito, não a mim ou a algum dos presentes, mas a todos nós,
que são as tentações com que nos deparamos em nosso dia a dia.
E para iniciarmos, pedimos licença ao Mestre Jesus para citarmos uma de
suas passagens que consta em Matheus, capítulo VI, versículos de nove a treze,
onde E’le, ao falar para o povo humilde e simples que bebia suas palavras
edificantes, ensina-nos a rezar:
“...Portanto orai vós deste modo: pai nosso
que estás nos céus; santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita
a tua vontade, assim na terra, como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá
hoje, e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos
nossos devedores; E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.”
Na oração que ficou como a mais conhecida entre os povos cristãos, o Pai
Nosso, Jesus nos ensina que podemos e até devemos pedir ao Pai por nós, nossos
entes queridos, amigos e até mesmo por irmãos desconhecidos. E quando nossa
oração é sincera, feita com sentimentos vindos diretamente de nosso coração, do
íntimo de nosso Espírito, sentimos que o Pai nos atenderá.
Mas, Jesus sempre nos ensinou também de que devemos fazer a parte que nos
cabe, através do esforço pelo auto crescimento, comprometimento com o Alto, a
busca pela nossa melhora moral e espiritual e por corrigirmos nossos defeitos.
O Universo do Pai é regido por Leis Divinas e nós, homens e mulheres,
também somos regidos pelas leis de respeito, livre arbítrio, aceitação das
diferenças, boa conduta e honestidade. São leis que regem o Homem de Bem. Mas,
se não as respeitamos, como contar com a proteção que estas leis têm a nos
oferecer? Estamos sempre pedindo e esperando, sem trabalho, sem esforço de
nossa parte.
Somos Espíritos ainda fracos, nas cadeiras dos primeiros anos da escola
da vida, devido à nossa ainda pouca evolução espiritual. E por isso, somos
“tentados”. Mas o somos porque as tentações ainda “encontram abrigo” em nós.
Comumente costumamos dizer: “a carne é fraca” ou ainda “a culpa é das más
companhias”. Ora irmãos, porque ficarmos nos enganando quando sabemos que não é
a carne que é fraca e sim o nosso Espírito? E que a culpa também não é das más
companhias, porque se estou junto a elas é porque me comprazo com as mesmas.
A traição, o furto, a bebida, droga, velocidade, preguiça, gula, libido,
orgulho, egoísmo, avareza, são apenas algumas das tentações que encontram
terreno fértil no Espírito ainda portador destas mesmas tentações. O cultivador
planta a árvore, cuida, rega, colhe seus frutos e sabe que a árvore
equilibra-se sobre sua própria raiz. E nós, somos esta árvore, que se estiver
em solo fértil, dará bons frutos. Mas nós somos o cultivador, a árvore, a raiz,
a rega, o solo e o fruto. Cabe a nós cultivá-la sem cessar a fim de que nossos
frutos sejam saborosos e suculentos, lembrando sempre que não há colheita sem
plantação.
Existe uma estória amigos onde um professor tentava ensinar a seus alunos
que as tentações residem em nós, mas como eles não conseguiam entender, o
professor pega algumas espigas de milho cruas e oferecendo-as, pergunta-lhes
que iria comê-las. Como os alunos começaram a rir e disseram que ninguém seria
louco de comer espigas cruas, o mestre manda trazerem um cavalo que pertencia à
escola. Em seguida, coloca alguns obstáculos entre o cavalo e as espigas e
manda soltá-lo. Quando isto é feito, o animal avança guloso em direção a elas e
passa a devorá-las. Então, o professor explica a seus alunos que as tentações
nos procuram segundo os sentimentos que trazemos no campo íntimo e que não
podemos imaginar ou querer aquilo que desconhecemos. As situações boas ou más
fora de nós, são iguais aos propósitos bons ou maus que trazemos conosco.
A palavra tentação queridos e amados irmãos, tem origem no verbo latino
“tentare”, que significa tocar, sondar, arrastar, examinar, experimentar,
seduzir e corromper. E por que somos ainda corrompidos? Por que a corrupção
moral e espiritual ainda faz parte de nós. A Psicóloga da espiritualidade,
Joanna de Ângelis, nos ensina que “a
tentação representa uma avaliação em torno das conquistas do equilíbrio, por
parte de quem busca o melhor na trilha do aperfeiçoamento próprio.”
E essas avaliações, ou tentações, são como provas apresentadas a nós,
alunos que ainda somos. Aqueles de nós que as vencem, avançam e os que
sucumbem, estacionam ou vão refazer as provas até aprenderem e galgarem degraus
mais acima.
Enquanto as tentações existirem em nossas vidas é porque ainda existe o
combustível que as alimenta e este combustível possui duas origens: uma
interior, decorrente de nosso íntimo ainda doente, e outra exterior, através de
processos obsessivos que se iniciam de modo leve até atingirem graus mais
elevados.
Quando o Mestre Jesus nos adverte “vigiai e orai, para não cairdes em
tentação”, não quer E’le dizer que devamos pedir o afastamento das provas, mas
sim a sustentação, a força moral, o auxílio do Alto, para que aproveitemos as
oportunidades que a vida nos apresenta, a fim de acelerarmos nosso progresso
espiritual.
E para encerrarmos nossa exposição hoje, estudemos a lição “ORIGEM DAS
TENTAÇÕES”, ditada pelo Espírito Emmanuel, através da psicografia de Chico
Xavier:
"Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência." (Tiago, capítulo 1, versículo 14.)
Geralmente, ao surgirem grandes
males, os participantes da queda imputam a Deus a causa que lhes determinou o
desastre. Lembram-se, tardiamente de que o Pai é todo-poderoso e alegam que a
tentação somente poderia ter vindo do divino desígnio.
Sim, Deus é o absoluto amor e tanto
é assim que os decaídos se conservam de pé, contando com os eternos valores do
tempo, amparados por suas mãos compassivas. As tentações, todavia, não procedem
da paternidade celestial. Seria, porventura, o estadista humano responsável
pelos atos desrespeitosos de quantos desrespeitam a lei por ele criada?
As referências do apóstolo estão
profundamente tocadas pela luz do céu. "cada um é tentado, quando atraído
pela própria concupiscência."
Examinemos particularmente ambos os
substantivos "tentação" e "concupiscência". O primeiro
exterioriza o segundo, que constitui o fundo viciado e perverso da natureza
humana primitivista. Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os
inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior,
somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do
coração.
Finalmente, destaquemos o verbo
"atrair". Verificaremos a extensão de nossa inferioridade pela
natureza das coisas e situações que nos atraem.
A observação de Tiago é roteiro
certo para analisarmos a origem das tentações.
Recorda-te de que cada dia tem
situações magnéticas específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu
no curso das horas e eliminarás os males próprios, atendendo ao bem que Jesus
deseja.
Muita paz a todos.
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