O que você está fazendo?


O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?

 

Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos, porque muitos são os chamados e poucos os escolhidos. (MATEUS, cap. XX, v. 16)

 

Vivemos hoje em mundo altamente competitivo e em uma rapidez que excede a todos os limites de velocidade. Trabalho, estudo, diversão, compromissos, afazeres domésticos, família, amigos, sempre num contínuo e crescente movimento de acordar, fazer e voltar a dormir.

Mas, efetivamente, o que estamos realmente fazendo?

Nossa sociedade está hoje dividida entre aqueles que fazem e aqueles que assistem. Esportistas profissionais, artífices dos mais variados gêneros artísticos, políticos, filósofos, professores, religiosos, dirigentes sociais, etc. Podemos dizer que esta é a parcela daqueles de nós que faz alguma coisa, que sai do ostracismo e colabora de algum modo para a felicidade de muitos. Já a outra parcela de nós apenas assiste, passivamente, o movimento das ondas da vida.

Aqueles que detêm um pouco de conhecimento sobre o “de onde viemos, por que aqui estamos e para onde vamos”, tem uma visão um pouco mais ampla da responsabilidade e necessidade de trabalho. Mas, mesmo entre esses, fica a pergunta: você sabe mesmo por que aqui está? Claro que a resposta poderá ser, estou aqui para viver a minha família, meu trabalho, meu crescimento como ser humano, corrigir erros, evoluir e por aí vai. Mas será que é só isso? Qual a nossa capacidade de intervir na vida? Quais os nossos limites? Estes limites são naturais ou eu mesmo os estou criando? Qual a minha parcela de colaboração para a nossa sociedade? Estou entre aqueles que fazem ou entre os que apenas assistem? Está bem, não sou esportista, artista, líder religioso, político, mas será que o fazer limita-se apenas às posições de destaque na sociedade. Quais são as oportunidades para que eu saia do sofá e passe a fazer alguma coisa, a fim de valorizar o “por que estou aqui”?

Ao acordar de uma noite de descanso, abre-se um leque a nossa frente de oportunidades de trabalho pelo meu semelhante, pela sociedade, por nós. Para onde olharmos, veremos tantas oportunidades de trabalho que teremos dificuldades de escolhermos uma dentre tantas. Nossa sociedade não é composta por mim ou você apenas, mas por todos nós e ela somente crescerá na medida em que todos crescermos juntos.

De nada adianta apenas ficarmos reclamando dos políticos, dos que estão à marginalidade, do meu vizinho, se eu não arregaçar as manga e sair da “confortável” posição de assistido, para a de trabalhador. Somos hordas de homens e mulheres ainda indisciplinados, assistindo passivamente o que acontece a nossa volta.

Rotineiramente vemos muitos de nós dizermos que “temos que fazer alguma coisa”, mas que não se dispõem a sair da acomodada posição de assistente para a de “fazedor”. E nós acabamos por deixarmo-nos levar pelo sabor da maré, navegando pelos mares tranquilos da inércia e esquecendo-nos de que as tempestades surgirão nestes mesmos mares e não estaremos preparados para enfrentá-las.

Vamos ao Centro Espírita e passamos por uma, duas, três... assistências espirituais e nada! Nada recebemos? Não!!! Nada fazemos por merecer receber. Vamos à Igreja Católica, aos templos Protestantes, aos Centros de Umbanda, e qualquer outro templo religioso e continuamos a pensar apenas em ir e receber. Mas e fazer?

- Eu até tenho vontade de fazer alguma coisa, mas não tenho tempo, não tenho capacidade, não tenho saúde, não tenho dinheiro, não tenho, não tenho...!

Vivemos tempos difíceis, tempos de decisões, de separar o joio do trigo, por que passamos inúmeras existências semeando, agora a colheita se faz iminente e obrigatória.

Mas, ainda dá tempo. Tempo de sairmos da cômoda e mesquinha posição de recebedores e passarmos para a de doadores. Doadores de atenção, alegria, um sorriso, um bom conselho, orientação, de nossos talentos, doadores de tudo aquilo que a vida nos ofertou gratuitamente. Ainda dá tempo de começarmos a ajudar nosso irmão, não importa onde, não importa sua opção política, sexual, sua posição social, cor, raça ou credo.

Ainda dá tempo de contribuirmos com a nossa sociedade e de olharmos à frente e vermos um mundo novo descortinando-se cheio de belezas e oportunidades para crescer, aprender, ajudar e amar.

Chega de inércia!

Chega de comodismo!

Chega de egocentrismo!

Chega de reclamações injustas!

Chega de EU e apenas EU!

A cada novo dia recebemos as ferramentas necessárias para que possamos sair da condição de plateia para a de artistas.

Artistas de um mundo novo, da vida, da Criação.

Artistas nas pequenas atitudes, pequenos gestos, pequenas ações, estaremos nos transformando em homens e mulheres novos. Sem esperar pelo outro. Sem esperar pelo que o “Céu” pode fazer por nós. Fazendo a parte que nos cabe na obra do Pai, como colaboradores, como co-criadores. Criadores de um mundo melhor, um mundo onde eu, você e todos nós faremos parte de uma sociedade mais humana e solidária.

Agradeçamos sempre as oportunidades que a vida nos oferece, mas façamos por merecê-la.

É hora de arregaçarmos as mangas e trabalharmos, para quando nos perguntarem: o que você está fazendo? Possamos responder:

ESTOU FAZENDO A MINHA PARTE!!!

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