RECEITA PARA
MELHORAR
Caríssimos irmãos em Deus, o
Pai da Vida.
É com enorme e inenarrável
prazer que mais uma vez aqui estamos para estudarmos os ensinamentos com que os
benfeitores espirituais nos brindam semanalmente. E, nesta noite prazerosa,
traremos uma experiência vivida pelo nosso saudoso irmão Chico Xavier.
Em um dia de julho do ano de
1948, Chico conversava com outros confrades espíritas sobre os trabalhos do
aperfeiçoamento da alma, quando a conversa deu lugar à uma prece conjunta e,
manifestando-se através da mediunidade de Chico, José Grosso, alegre
companheiro desencarnado, dedicou a todos os presentes uma receita.
Antes de falarmos sobre a
receita trazida pelo nosso irmão da espiritualidade, lembremos que em uma
receita de um bolo caseiro, misturamos os ingredientes na medida certa e
teremos como produto final um bonito e saboroso bolo, mas, se erramos na
receita, faltando algum ingrediente ou medida errada ou ainda cozimento no
tempo incorreto, o resultado será um bolo de gosto no mínimo duvidoso.
Pois é caros amigos, e nós
que somos Espíritos viajantes no tempo de nossas jornadas evolutivas, invariavelmente
buscamos a receita para a felicidade. No campo profissional, financeiro, uma
casa bonita, viagem, carro, filhos formados, mas e a busca pela felicidade
moral?
Nós não encontraremos a tão
almejada felicidade nos bens materiais, mas sim nos bens espirituais, quais
sejam: o respeito, pela vida, pelo
nosso irmão, pelo Pai e suas Leis Divinas; a
Caridade, como forma de nos colocarmos na posição do outro, sejam quais
forem as circunstâncias que nosso irmão se encontre; a Paciência, por entendermos que cada um de nós tem o mesmo direito
ao erro e ao certo que o outro; o Estudo,
a fim de que possamos cada vez mais absorver os ensinamentos que a Espiritualidade
nos trás; a Gentileza dispensada a
todos e quantos cruzarem nossos caminhos; a
Sinceridade em nossa palavra, desde que esta não sirva como desculpa para
ferir; o Perdão para com aqueles que
ainda estagiam nos caminhos da dúvida, da incerteza, do erro; a Paz, semeada e cultivada em nossos
coração e consciência; a Fé, através
da confiança calcada no raciocínio a fim de que não nos percamos nos caminhos
dogmáticos religiosos e, finalmente, no amor
ao próximo, ao companheiro de viagem trilhando seus caminhos pela mesma
estrada que ora caminhamos.
Se qualquer um destes itens
estiver faltando em nossa receita, nosso bolo, o bolo de nossa vida não estará
bom!
E para que possamos
corrigi-la, vejamos então a receita que o Espírito Amigo, José Grosso nos oferece:
RECEITA PARA MELHORAR:
Dez gramas de juízo na cabeça: em todas as nossas
atitudes, pensar antes de agir para que não incorramos em erros difíceis de
serem corrigidos após já praticados;
Serenidade na mente: a paz nos nossos pensamentos deve ser cultuada a
todo instante, pois o homem é o que pensa e seus pensamentos acabarão por serem
talhados na pedra que apenas o tempo poderá apagar;
Equilíbrio nos raciocínios: evitarmos a censura, a crítica e o azedume todas as
vezes que emitirmos uma opinião sobre nossos irmãos;
Elevação nos sentimentos: devemos em todos os instantes alimentarmos nossos
melhores sentimentos de amor, paz, fraternidade, justiça e deixarmos passar
fome nossos maus sentimentos;
Pureza nos olhos: Ao vermos irmãos nossos vagando pelas ruas sem um
tento, vestidos em roupas rasgadas e sujas, vemos alguém maltrapilho malcheiroso,
um pedinte inconveniente, um pária da sociedade ou um irmãos que, talvez não
tenha tido as mesmas oportunidade que tivemos ou, mesmo que as tenha tido, não
soube aproveitá-las e hoje vaga pelas ruas à sorte de todas as intempéries
climáticas e sociais? Somos o que nossos olhos vêem;
Vigilância nos ouvidos: Da
mesma maneira que somos responsáveis pelo que nosso olhos vêem, também o somos
pelo que nossos ouvidos ouvem. Conta uma
estória que, certa feita, um discípulo de Sócrates o procura e diz-lhe que
tinha algo a contar sobre alguém. Imediatamente o Mestre pergunta ao discípulo
se o que ele iria contar-lhe havia passado pelo crivo das três peneiras. O
rapaz, intrigado, diz não conhecer nada sobre as três peneiras, ao que o Mestre
da Grécia Antiga esclarece: sim, as peneiras da verdade, bondade e necessidade.
O que você deseja me contar passou pela primeira peneira, a da verdade? Isto
que você vai dizer é realmente verdade, você viu acontecer ou apenas ouviu de
outro que ouviu de outro mais ainda? Se não for verdade, esqueça, não me conte,
mas se for, ainda precisará passar pela peneira da bondade. O que você quer
dizer será bom para mim, para você, para a pessoa de quem você irá falar, será
bom para a humanidade? Se não for bom para qualquer um de nós, não me conte,
mas se houver bondade em sua fala, ainda assim deverá passar pela terceira e
derradeira peneira. A sua fala sobre nosso irmão é necessária? Trará algum benefício
para nós ou para a humanidade em geral? Ajudará nosso irmão do qual você deseja
falar? Se o que você quer dizer passar pelas peneiras, conte. Tanto eu, como
você e nosso irmão nos beneficiaremos com o contado, caso contrário, se não
passou por qualquer das três peneiras, então esqueça e enterre tudo;
Continuemos com receita:
Lubrificador na cerviz: devemos buscar idéias novas e melhores a fim de
contribuirmos por uma sociedade mais humana, justa e fraterna;
Interruptor na língua: quantas vezes perdemos a oportunidade de ficarmos
calados, talvez porque desconhecemos a força que nossas palavras têm. Assim
como uma palavra constrói, eleva, consola, educa, ela também destrói, derruba,
desorienta, leva ao erro. Devemos aprender a falar menos e ouvirmos mais,
lembrando sempre que além do silêncio ser uma prece, evita males difíceis de
serem corrigidos;
Amor no coração: irmãos somos filhos do Pai que é amor em sua
totalidade. Este amor Divino encontra-se latente em nós, portanto devemos
exteriorizá-lo, doá-lo, dividi-lo com todos que estiverem em nossas vidas.
Muitas são as oportunidades para que exercitemos o amor incondicional: no lar,
no trabalho, na rua, no lazer, no templo religioso, em qualquer lugar onde
estivermos;
Serviço útil e incessante nos braços: assim como nosso trabalho
assalariado, temos inúmeras e gratas oportunidades e lugares onde possamos
trabalhar pelo bem coletivo. Em nosso mundo ainda impera o sofrimento, a dor, a
lágrima, a tristeza, portanto não cerremos nossos olhos aos descaminhos que a
vida impõem a nossos irmãos, achando que não fazemos ou que somos seres à parte
de todo este sofrimento;
Simplicidade no estômago: embora o Mestre tenha nos dito que o que mata o
homem não é o que entra por sua boca, mas o que sai dela, não devemos nos
deixar levar pelos vícios e descaso para com nosso corpo material, templo
divino que abriga nosso Espírito;
Boa direção nos pés: aprendamos a caminhar com Jesus, não o Jesus
aprisionado nos templos religiosos, mas o Jesus na rua, no trabalho, escola,
lar e qualquer lugar onde estejamos. Falamos e estudamos muito o Mestre, mas o
deixamos aprisionado na igreja, no templo, no centro espírita e quando saímos
por suas portas O deixamos para trás. Faz-se imperioso trazermos o Mestre o
tempo todo junto de nós, em nosso caminhar, falar, ouvir, trabalhar e amar. E,
se alguns de nós ainda têm alguma dúvida sobre a grandeza do Espírito Jesus,
lembremos que quando a Terra, planeta que ora habitamos, foi gerada através do
Hálito Divino, há cerca de quatro bilhões e meio de anos, E’le, o mestre dos
mestres, já encontrava-se na posição de Governador Planetário de nosso Orbe.;
E, finalmente, José Grosso
encerra sua receita para melhorar, recomendando o uso diário de todos os ingredientes em temperatura de boa vontade.
Queridos e amados irmãos, a
receita está aí. A hora é chegada, não ontem e nem amanhã, mas agora, hoje,
neste momento. Deus nada poderá fazer por nós se estivermos de braços cruzados.
Já perdemos muito tempo e, como trabalhadores da última hora, da vinha do Senhor,
receberemos nosso pagamento se trabalharmos com humildade e afinco na Seara do
Mestre.
Deus ajuda a quem se ajuda
também, nos empurra adiante quando decidimos andar, abre as portas quando
batemos à mesma, promove a nossa saúde quando adotamos posturas saudáveis, traz
o trabalho quando nossos braços estão dispostos a trabalhar e, finalmente,
traz-nos o amor, quando aprendemos a amar.
“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu
que escalássemos o Everest ou fizessemos grandes sacrifícios. Ele só pediu que
nos amássemos uns aos outros.”
Muita paz a todos.
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